O século XXI pode ser o século de África, diz secretário-geral

"África está pronta para progredir”, disse neste sábado o Secretário geral das Nações Unidas, citando as principais iniciativas de desenvolvimento do continente: Agenda 2063 e Década para a Inclusão Financeira e Econômica da Mulher.

António Guterres participou na Cimeira da União Africana que decorreu em Addis Abeba, na Etiópia, onde elogiou os muitos planos daquele bloco que visam promover o progresso e aludiu ao abundância de recursos naturais.

"Y seu maior patrimônio: suas pessoas, representativo de um amplo leque de culturas e línguas”, sublinhou.

No seu discurso, Guterres falou por um África integrada, próspera e pacífica, afirmando que as iniciativas de desenvolvimento existentes marcam um “caminho verdadeiramente transformador para a criação de empregos e novas fontes de prosperidade para os africanos, especialmente para os jovens”.

"O século XNUMX pode, deve ser, o século da África. Devemos aproveitar a riqueza natural, humana, cultural e empresarial do continente para tornar isso uma realidade. Mas primeiro teremos que passar por uma série de testes massivos”, enfatizou.

Mais apoio financeiro

Apesar do otimismo quanto ao futuro do continente, o chefe da ONU reconheceu que a África enfrenta grandes crises, para o qual ele pediu ação.

Essa ação, disse ele, começa com mais apoio financeiro para um continente atingido por um sistema financeiro disfuncional e injusto, devido às desigualdades quanto à disponibilidade de recursos para a recuperação da pandemia de Covid-19 e por uma crise inflacionária exacerbada pelas consequências da guerra na Ucrânia.

Guterres argumentou que o sistema financeiro nega o alívio da dívida aos países africanos e cobra taxas de juros exorbitantes, privando assim as economias de investimento em áreas vitais como saúde, educação e proteção social.

Ele afirmou que, para responder a esta situação, um transformação radical do sistema financeiro internacional, e especificou que essa transformação deve ser baseada nas necessidades dos países em desenvolvimento.

A Grande Muralha Verde para o Saara e o Sahel apoia as comunidades locais na gestão sustentável da terra.

FAO / Giulio Napolitano

Descarbonização e desenvolvimento

O Secretário-Geral também falou sobre a crise climática, destacando os problemas de África no acesso à energia e os desafios do desenvolvimento num continente rico em fontes de combustíveis fósseis, onde milhões não têm eletricidade.

Para descarbonizar e desenvolver, os países africanos precisam de um acesso mais amplo a tecnologias como sistemas de armazenamento de baterias, componentes e matérias-primas, disse ele.

Acrescentou que requer “onda gigantesca de apoio” dos países desenvolvidos fortalecer a liderança demonstrada por vários países africanos em questões climáticas.

Entre os esforços mais notáveis ​​do continente a esse respeito, ele citou a estratégia de economia verde do Quênia, os esforços para proteger as florestas tropicais do Congo, a Parceria de Energia de Transição Justa da África do Sul e o ambicioso Programa de Estímulo Verde da União Africana.

Guterres explicou que o endosso deve incluir um fundo de perda e dano de crise, dobrando o financiamento para adaptação e garantindo que todos os países tenham sistemas de alerta precoce que protejam contra eventos climáticos extremos.

missões de paz forte

Referindo-se à paz e segurança, Guterres afirmou que o papel das Nações Unidas se torna cada vez mais complexo, com mais conflitos, terrorismo e insegurança. Por isso, ele pediu um Sistema mais flexível e eficiente, como a proposta na Nova Agenda para a Paz da ONU, que visa fortalecer as missões de paz da Organização.

Esta nova agenda vincula paz, desenvolvimento sustentável, ação climática e direitos humanos com maior participação de mulheres e jovens.

“Apoio fortemente a criando uma nova geração de missões fortes operações de manutenção da paz e antiterroristas lideradas pela União Africana com um mandato do Conselho de Segurança do Capítulo VII e com financiamento garantido, inclusive por meio de cotas estabelecidas”, destacou Guterres.

Para encerrar, o Secretário-Geral endossou a determinação da ONU de trabalhar com todos os países africanos para aproveitar o enorme potencial do continente e superar os obstáculos que se interpõem em seu caminho.

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